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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Igreja da Inglaterra aprova mulheres para cargo de bispo

Photo: REUTERS/Nigel Roddis

A Igreja Anglicana da Inglaterra aprovou ontem (dia 14), em seu Sínodo Geral, a legislação que permite as mulheres servirem como episcopisas, ou agora bispas, com a função de administrar dioceses.

A nova lei exigia uma maioria de dois terços dos votos nas três câmaras da Igreja - dos bispos, clérigos e leigos - para ser implementada.

A legislação já havia sido votada há dois anos, mas enfrentou forte oposição de alas mais tradicionais da Igreja Anglicana e acabou não sendo aprovada por seis votos.

A votação mudou uma tradição secular da Igreja Anglicana, que há tempos estava dividida em relação ao tema.

Há 20 anos, as mulheres passaram a ser ordenadas sacerdotes. Hoje, mais de 20% dos sacerdotes anglicanos são mulheres.

A nova mudança veio depois de cinco horas de debates durante o sínodo geral anglicano - assembleia formada por sacerdotes e leigos.

Para a reverenda Lidsay Southern, "foi uma longa jornada". Já Lorna Ashworth, que integra a câmara de leigos e votou contra a medida, "haverá dias difíceis à frente" porque haverá resistência por parte da Igreja, principalmente entre novos padres.

Susie Leafe, que também faz parte da câmara de leigos e dirige o grupo evangélico consevador Reform, se disse "desapontada" pela votação. "Para um quarto da Igreja, isso não vai ao encontro às suas convicções teológicas", disse ela.

A legislação inclui concessões para aos párocos contrários à mudança, como a possibilidade de pedirem para ter bispos homens como superiores se tiverem alguma objeção em responder a uma mulher e a levar eventuais disputas a um mediador independente.

A Igreja Anglicana é o maior grupo cristão na Grã-Bretanha e está presente em mais de 160 países. Mulheres já ocupavam o cargo de bispas em alguns deles, como Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Austrália, Irlanda, Cuba, Índia e Nova Zelândia.

A Inglaterra pode se juntar a este grupo ainda neste ano. A nova lei agora seguirá para análise no Parlamento e deve ser formalmente promulgada em um novo sínodo, em 17 de novembro.

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