Campanha de Exército de Salvação interliga abismos econômicos

O Exército de Salvação – igreja com forte atuação social - lançou mais uma campanha de arrecadação de doações. A ênfase desta vez está em torno do fragrante abismo entre posses, dos mais ricos e dos mais pobres. O slogan “Dois lados da moeda” quer ligar os dois lados para que assim haja mais justiça e solidariedade. 

A propaganda mostra duas moedas com “caras” diferentes, e embaixo a frase: “A desigualdade tem dois lados”.

Conversamos com Tiago Mendes, gerente de marketing do Programa de Bazares Beneficentes do Exército de Salvação. Ele fala sobre o esforço de conseguir doações e sobre o grau de generosidade no Brasil.

***

Qual o objetivo desta nova campanha do Exército? Esta época específica gera novas necessidades?
O principal objetivo da campanha é chamar a atenção do público doador a partir de uma maneira criativa e assim aumentar o número de doações de roupas e outros objetos realizados ao Exército de Salvação. Atualmente recolhemos doações de roupas em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro e todas as doações se revertem para o sustento da obra social da instituição no Brasil.

Por que o tema “Dois lados da moeda”? Que mensagem vocês querem transmitir?
O anúncio foi criado voluntariamente pela agência WMcCann, pela dupla criativa Guilherme Valverde e Giovanni Baggio, e tem como proposta contrapor acúmulo e necessidade como duas faces de uma mesma moeda. Essa analogia chama a atenção para o fato que em nossa sociedade muitas pessoas vivem com tantos objetos, enquanto outras vivem com quase nada. O Exército de Salvação, a partir de seu programa de bazares beneficentes, também funciona como um ligação entre esses dois lados, ao permitir que objetos doados por quem tinha em sobra possam ser utilizados por pessoas que pouco têm.

Como as pessoas podem fazer suas doações? Quem, especificamente, elas vão beneficiar?
As doações de roupas, móveis e objetos podem ser feitas pelo telefone (11) 4003-2299 ou pelo site. Essas doações beneficiam todos os assistidos por nossos projetos sociais, através do apoio financeirodado por nossos bazares beneficentes aos projetos sociais do Exército de Salvação no Brasil.

O Brasil, nos últimos anos, tem aumentado sua capacidade econômica. Isso tem se traduzido em um aumento de generosidade nas doações? E as igrejas, estão mais generosas?
Nos últimos anos o Exército de Salvação tem experimentado um aumento de cerca de 20% no número de doações. Esse aumento, ao meu ver, reflete um aumento do consumo médio do brasileiro e também um maior conhecimento do nosso trabalho, visto também como um serviço prestado à sociedade. Muitas pessoas doam porque compraram um objeto novo, e precisam do nosso serviço de retirada gratuita para dar um destino correto ao seu objeto usado.

As igrejas são doadoras frequentes, seja por meio de doações particulares de sua membresia ou por campanhas de arrecadação, principalmente na época de inverno. Não temos uma estatística relacionada a igrejas, mas podemos dizer que, de maneira geral, elas entendem e apoiam o nosso trabalho de arrecadação de roupas e outros objetos.

O que o Exército de Salvação tem feito no Brasil atualmente? Faça um resumo das suas ações.
O Exército de Salvação tem trabalhado na área de promoção social do ser humano, seja através de suas igrejas ou através das unidades de atendimento social. Temos 16 unidades de atendimento social no Brasil e 45 igrejas, que também prestam atendimento social a pessoas em necessidade. Entre as unidades de atendimento social, o Exército de Salvação possui centros comunitários, creches, centros profissionalizantes, abrigos para gestantes, lares para idosos. A lista completa das unidades sociais e igrejas pode ser vista aqui 

Estas campanhas - tão bem elaboradas - são feitas graciosamente para o Exército? Quem as faz? A veiculação das peças e dos comerciais na TV também são gratuitas? 
As campanhas do Exército de Salvação são criadas voluntária e gratuitamente pela agência WmcCann. A agência entende a missão do Exército de Salvação e sua importância, e dedica tempo voluntário para criação das peças para revistas, jornais, rádio e televisão.

Todas as veiculações na mídia também são feitas voluntariamente pelas empresas que, ao entender a importância da missão da instituição, cedem espaço gratuito.