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domingo, 22 de dezembro de 2013

Casamento pode ser coisa do passado.

Pesquisa norte-americana mostra que casamento deixou de ser um rito para tornar-se um privilégio. O casamento, e seus muitos altos e baixos, ainda exerce um grande poder sobre jornais, revistas e ondas de transmissão. Cerca de 23 milhões de norte-americanos acompanharam o casamento do príncipe William com;
 Kate Middleton.
 Muitos se mantêm atentos aos desdobramentos do divórcio de Arnold Schwarzenegger e às revelações de que ele teve um filho ilegítimo com uma de suas empregadas. E os depoimentos no Twitter do congressista Anthony Weiner geraram especulações infinitas sobre o estado de seu casamento e de sua esposa grávida. Menos provocantes são as revelações sobre o estado do casamento nos Estados Unidos. Dados do Departamento de Censo mostram que os casados, pela primeira vez na história, representam menos das metades dos lares norte-americanos.A clássica família, com mamãe, papai e as crianças sob o mesmo teto está desaparecendo. Em todos os estados, o numero de companheiros não-casados, casais sem filhos e pessoas solteiras cresce numa velocidade muito superior à dos casais com filhos, diz o censo de 2010. Casais com filhos representavam 43% dos lares no país, em 1950; eles agora representam apenas 20%. E essa tendência demonstra uma potente dimensão de classes. Casamentos tradicionais evoluíram de um rito quase universal para um luxo restrito aos educados e poderosos. Quase não havia diferença em 1960: apenas quatro pontos percentuais separavam os casados universitários dos formandos escolares. Essa diferença aumentou para 16%, de acordo com o Pew Research Centre. Uma analise do Departamento do Censo, lançada na última primavera, mostrou que as noivas estão muito mais propensas a terem um diploma universitário do que na metade dos anos 1990. “O casamento se tornou muito mais seletivo, e é por isso que o índice de divórcios baixou”, diz Bradford Wilcox, diretor do Projeto Nacional de Casamentos na Universidade da Virgínia, em Charlottesville. O projeto descobriu que os índices de divórcio entre casais com diplomas universitários são apenas um terço maiores que entre aqueles apenas com diplomas escolares. Norte-americanos como diplomas escolares ou menos (que representam 58% da população) disseram aos pesquisadores que gostariam de se casar, mas não têm condições financeiras para isso. Ao invés disso, eles têm filhos fora do casamento. Apenas 6% das crianças nascidas de mães com diplomas universitários nasceram fora do casamento. Entre as mães apenas com diploma escolar, esse índice é de 44%. “Menos casamento significa menos renda e mais pobreza”, afirma Isabel Sawhill, da Brooking Institution. Ela e outros pesquisadores associaram a desigualdade na renda no país às mudanças na composição familiar: pais solteiros (quase sempre sem diploma universitário) estão se tornando mais pobres, enquanto casados (com educação e dupla renda) estão prosperando. “Essa é uma grande diferença que não é compreendida pelo público”, diz. Não espere, no entanto, que o Partido Democrata aborde essa questão nas eleições do ano que vem. Mulheres solteiras votaram massivamente em Barack Obama. “Você não sugere a uma mãe solteira que se case”, diz Sawhill. “Seria denegrir seu estilo de vida”.

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